Sentei-me e quis saber notícias concretas do Lucas. Os pais dele chamaram um dos médicos e ele me explicou o que havia ocorrido. O rosto dele ficou bem machucado, mas seria reconstituido e noa ficariam cicatrizes forte, com o tempo ficaria tudo bem. Mas a parte do cérebro dele, reponsável pela visão, foi afetada, e nisso não havia como interferir. Fiquei estática, e me desabei em lágrimas. Ele nao merecia isso. Aquele MArcos tinha que pagar por isso... Eu sabia que uma horas dessas isso podia acontecer, ele sempre dirigia bêbado. E o Lucas não podia fazer nada, ainda não tinha carteira... Mas Deus o protegeu... poderia ter sido bem pior. Eu poderia ter ficado sem ele. Ele nao era o príncipe encantado que eu sonhava, mas era um cara que fazia tudo por mim, nesse momento eu tive de reconhecer. Aí caiu a ficha... Ontem fez 8 meses de namoro, e o carro foi batido perto da escola. O fato de o Marcos estar bêbado as 7 da manhã? não é de se espantar... aquele lá é movido a alcool e maconha. Sempre disse que ele não era boa companhia... Caramba. Agora sim eu percebia o quanto eu fui insensivel esse tempo. Eu queria vê-lo. Pedir perdão. Entrei no quarto, ele estava dormindo. Coloquei minha mão sobre a dele, ele acordou.
- Lucas? Você está me ouvindo?
- Estou, Ju, pode falar. Me Desculpe. Eu deveria ter ouvido você, o Marcos estava bêbado.
Ele falava com dificuldade, mas vi que estava lutando pra me dizer o que sentia.
- Não Lucas, me perdoe você. Hoje, mais do que nunca, eu percebi o quanto vc é importante pra mim. Não imaginaria minha vida sem vecê. (silencio.) Lucas, é... você pode... me ver?
Ele começou a chorar. Eu mais ainda. Nos abraçamos, e eu prometi a ele que ele ficaria bem, e que estaria ao lado dele, independente de ele me enxergar ou não.
Passaram-se algumas semanas, e ele voltou pra casa. Eu saia da escola e ia passar a tarde com ele, conversava e ajudava a passar o tempo. Estava ficando tudo bem... ele ja conseguia andar normalmente e nao via a hora de volar a escola. Ele poderia voltar a estudar normalmente, só precisaria de um acompanhante pedagógico para se adaptar aos materiais pra deficientes visuais.
O tempo foi passando, e um ano depois...